31 de maio de 2012

Oferta e Demanda

Os movimentos do uso, oferta e demanda de produtos acabados, partes, peças e tecnologia no âmbito global.

A produção de peças e de produtos desenvolveu-se lentamente. Inicialmente haviam poucas ferramentas, assim como pouco conhecimento para  a produção.

O surgimento dos burgos nas proximidades dos castelos feudais, onde reuniam-se artesãos proporcionou a massa crítica necessária para o crescimento do comércio através da oferta cada vez maior de bens e serviços, se bem que ainda de forma primitiva.

Estes produtos eram feitos sob medida, dado que não haviam modelos pré definidos. Se alguém desejava um produto deveria ir até o local e ser medido pelo artesão que então faria algo sob medida para esta pessoa.

Com a revolução industrial buscou-se a escala de produção, e para tal foram definidos modelos básicos para que houvesse a viabilização da escala e geração dos mercados desta categoria de produto.

Surgiram produtos como o FORD T Preto, e Henry Ford cunho a célebre frase "Você pode ter um Ford T de qualquer cor, desde que seja preto". A indústria da época não tinha condições de diversificar as características do produto ofertado, e naquele contexto, o inovador era um meio de transporte diferente, a cor pouco importava naquele momento.

Em seguida à criação do mercado vem a facilidade de acesso ao produto. Com o aumento da produção os custos tendem a cair e estabilizar em certo patamar, de qualquer modo, este melhor custo traduz-se na facilidade de obtenção do produto.

Com o produto sendo produzido em escala e muitos desejando-o, passa a ser atrativo pensar em desenvolver um produto semelhante. É a difusão do conceito. Muitos novos fabricantes surgem, alguns com produtos inovadores e outros apenas melhorados em relação ao produto original. O produto original se manterá na liderança tanto quanto tenha pensado nos detalhes de uso de seu produto, caso contrário poderá ser facilmente alijado da liderança e eventualmente do próprio mercado.

A difusão do conceito leva à criação de todo um ecossistema que subsiste à partir desta nova indústria que surgiu. A oferta de partes com alta tecnologia por parte deste ecossistema leva a uma nova indústria.

Estas partes podem ser unidas para gerar novos produtos desta indústria, mas agora de uma forma "customizada" (do inglês custom), ou seja, sob medida ao desejo do cliente. Quem sabe, neste ponto da evolução da indústria teremos pessoas que compram partes e levam para casa para montarem seu próprio dispositivo / produto, seja: estante, móveis e até carros.

Portanto, saímos de uma indústria inexistente ou talvez artesanal, para uma indústria que gera produtos padronizados de alta tecnologia, a ponto de podermos voltar ao ponto anterior de produtos personalizados, mas agora num novo patamar de tecnologia, muitíssimo superior àquele anteriormente existente.

Como dizia sobre os carros, iniciamos com o Ford T e hoje temos uma profusão de marcas, modelos, cores e países que desenvolvem e produzem carros. A oferta de peças e de tecnologia é farta, a ponto de que pode-se construir um novo modelo usando blocos de tecnologia ou conceitos aprendidos.

Na computação ocorre algo semelhante. Iniciamos sem computadores, e em 1953, segundo cálculos recentes, tínhamos 10kB de capacidade de memória no mundo todo, espalhados numa meia dúzia de computadores. Em seguia inicia a indústria dos mainframes, computadores imensos que eram usados por grandes corporações e governos, com poucas indústrias a principio. Sendo caros, para usar estes mainframes era necessário um terminal de vídeo que permitisse acesso ao computador e usar um pequeno pedaço da sua capacidade para sua necessidade. Este acesso era restrito a alguns lugares e salas apenas.

Depois de um tempo, surge o PC - Personal Computer. Sua capacidade de processamento inicial era bastante reduzida, mas permitia que outras empresas que as grandes e os governos pudessem ter acesso ao processamento eletrônico. Isto estimula a indústria e um novo mercado se inicia.

Estes PC até recentemente eram usados isoladamente, mesmo nas grandes empresas que os utilizavam para uma função única, seja como proxy, internet services, file servermail boxes e outras atividades específicas.

Com o advento da internet seguida da computação em nuvem, os dados isolados passaram a poder ser usados em outros locais e quebrou-se a barreira de um PC fixo e sem conexão com os demais.

Os dispositivos do tipo PDA, handheld, celulares  e outros de computação móvel colocaram o antigo PC na mão das pessoas e já se fala do óculos para realidade aumentada.

Os PCs agora passaram a ser montados em qualquer lugar e por qualquer pessoa que disponha de algum conhecimento de informática, basta ter acesso às partes de alta tecnologia desenvolvidos em massa em alguma indústria asiática.

Os servidores de dados que eram montados sobre PCs com características especiais, mas ainda PCs, passaram a ter tanta capacidade de processamento que agora usam sua capacidade de maneira compartilhada, executando várias máquinas virtuais dentro de uma só maquina real, o que é chamado de virtualização.

A virtualização nada mais é do que o mesmo método utilizado antigamente nos mainframes, mas agora está difundido em todo lugar, com alta tecnologia, alta capacidade de processamento, com acesso facilitado e a custos acessíveis.

Voltamos ao ponto anterior ou inicial, mas num outro patamar de tecnologia.

Isto é notório na área espacial. Inicialmente apenas dois países conseguiam colocar algum artefato em órbita, e assim foi durante um bom tempo. Havia muita tecnologia e conhecimento envolvidos, o que demanda bastante tempo para assimilá-las.

Hoje, as sondas espaciais e os foguetes possuem uma grande capacidade de carga, podem colocar grandes objetos em órbita, e muitos países dominam esta tecnologia.

O mais surpreendente nisto tudo é que agora existem empresas que possuem o poder econômico equivalente ao de países inteiros, com um grau altíssimo de assimilação da tecnologia, a ponto que, uma empresa colocou em órbita uma nave de carga. Foi o primeiro voo comercial que foi ao espaço.

Estamos num novo patamar de tecnologia que nos permite popularizar o acesso ao espaço. Você ficou chocado? O objetivo sempre é criar novos mercados para que uma grande massa possa ter acesso a novos produtos e serviços.

A escala de aprendizado e novos usos das tecnologias existentes não param e levarão a novos produtos e serviços em escala jamais imaginada. Precisamos estar preparados para lidar com esta profusão tecnológica.

O que você pode ou deve fazer a respeito?

Luis Luize

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