“Eles foram para Betsaida, e algumas pessoas trouxeram um cego a Jesus, suplicando-lhe que tocasse nele. Ele tomou o cego pela mão e o levou para fora do povoado. Depois de cuspir nos olhos do homem e impor-lhe as mãos, Jesus perguntou: 'Você está vendo alguma coisa?' Ele levantou os olhos e disse: 'Vejo pessoas; elas parecem árvores andando'. Mais uma vez, Jesus colocou as mãos sobre os olhos do homem. Então seus olhos foram abertos, e sua vista lhe foi restaurada, e ele via tudo claramente” Mc 8.22-25
Introdução
DIGAM: Como você tem visto as coisas?
Muitas vezes não conseguimos perceber as coisas corretamente.
Parece que tudo está obscuro.
Os sentimentos são tantos que parece uma mistura de sensações que não conseguimos entender.
Mas Jesus tem paciência conosco e sabe de nossas limitações (João 16.12).
Este milagre tem uma peculiaridade, em que está absolutamente sozinho, e é que o trabalho é feito em etapas.
Um cego foi conduzido a Jesus e não foi curado “imediatamente” (Marcos 1.18; 5.30,42; 9.20,24; 10.52) como Marcos gostava de enfatizar descrevendo as curas no “mesmo instante” (Marcos 1.42).
Ninguém deseja uma cura parcial, mas as vezes nos contentamos com uma visão espiritual limitada.
Jesus teve que tocar duas vezes naquele cego que da primeira vez enxergou embaçado e só depois de um segundo toque conseguir ver nitidamente.
Vamos refletir porque Jesus tocou duas vezes aquele homem…
1- O primeiro toque e olhar: v.23,24
A variedade dos métodos de cura de Jesus é notável.
Muitas vezes, curava os enfermos mediante um toque, mostrando que as fraquezas da humanidade caída podem ser removidas mediante o contato com Sua humanidade abençoada.
Entretanto, Jesus também usou outros métodos para ensinar lições adicionais.
Se nosso Senhor tivesse feito todos os Seus milagres de uma única forma, os homens teriam atribuído importância indevida ao método, em vez de ao poder divino.
Por isso, nosso Mestre nos apresenta grande variedade na forma dos milagres.
Ele queria que compreendêssemos que, se optasse por
curar mediante com um toque,
também poderia curar com uma palavra ou
mesmo por meio de Sua simples vontade.
O simples olhar era tão eficaz quanto
o toque da Sua mão, e
Sua presença invisível poderia operar o milagre à distância.
O Salvador variou sua prática não só no método da cura, mas também na natureza dela.
Na maioria dos milagres do Salvador, a pessoa curada era restaurada de imediato.
Mas, aqui, Ele trabalhou com menos pressa, entregando parte da bênção no início, e fez uma pausa no meio para nos ensinar algo novo.
Jesus retirou o cego daquela aldeia, do ambiente de incredulidade, onde ele era considerado sem valor.
Ele o conduziu a um novo local, simbolizando uma nova caminhada ao lado de Jesus.
Cuspiu nos olhos dele
minha tia usava cuspe nas feridas
A primeira vez que Jesus tocou aquele cego aplicando saliva nos seus olhos obteve um resultado parcial de sua cura.
Jesus “avalia a eficácia da cura” perguntando ao curado: “Vês alguma coisa?”
E ele descreveu sua primeira visão das pessoas como as árvores que antes apalpava para entender como eram.
Todos entenderam que ele não estava plenamente curado.
Algo estava errado.
Seria o homem ou Jesus?
Talvez o Senhor tenha feito isso de propósito ou então o homem não tinha fé suficiente para ser curado.
Deus nunca erra!
Ilustração: Deus nunca erra!
Um rei que não acreditava na bondade de DEUS. Tinha um servo que em todas as situações lhe dizia:
Meu rei, não desanime porque tudo que Deus faz é perfeito, Ele não erra!
Um dia eles saíram para caçar e uma fera atacou o rei. O seu servo conseguiu matar o animal, mas não pôde evitar que sua majestade perdesse um dedo da mão.
Furioso e sem mostrar gratidão por ter sido salvo, o nobre disse: Deus é bom? Se Ele fosse bom eu não teria sido atacado e perdido o meu dedo.
O servo apenas respondeu: Meu Rei, apesar de todas essas coisas, só posso dizer-lhe que Deus é bom; e ele sabe o por que de todas as coisas
O que Deus faz é perfeito. Ele nunca erra! Indignado com a resposta, o rei mandou prender o seu servo .
Tempos depois, saiu para uma outra caçada e foi capturado por selvagens que faziam sacrifícios humanos.
Já no altar, prontos para sacrificar o nobre, os selvagens perceberam que a vítima não tinha um dos dedos e soltaram-no: ele não era perfeito para ser oferecido aos deuses.
Ao voltar para o palácio, mandou soltar o seu servo e recebeu-o muito afetuosamente. Meu caro, Deus foi realmente bom comigo! Escapei de ser sacrificado pelos selvagens, justamente por não ter um dedo! Mas tenho uma dúvida: Se Deus é tão bom, por que permitiu que você, que tanto o defende, fosse preso?
Meu rei, se eu tivesse ido com o senhor nessa caçada, teria sido sacrificado em seu lugar, pois não me falta dedo algum.
Por isso, lembre-se: tudo o que Deus faz é perfeito
A cura do cego de Betsaida, narrada em Marcos 8:22-26, é uma história que apresenta um lindo simbolismo para nossa edificação.
Vamos analisar alguns fatos anteriores
Betsaida (casa da pesca em Hebraico), era uma aldeia de pescadores às margens do Mar da Galiléia.
O Mestre havia realizado a segunda multiplicação dos pães e peixes, alimentando uma multidão de quase quatro mil homens.
Chegando em Magdala, Ele foi questionado pelos fariseus e partiu para Betsaida.
Na viagem recomenda aos discipulos sobre o “fermento dos fariseus”
E eles pensam que era porque não tinham levado pão com eles
então Jesus lembra-os de que já havia multiplicado o pão e sobrado 7 cestos
Imaginaram que o Mestre lhes falava somente em razão do bem-estar puramente material.
Poucas vezes iam além disso.
Essa falta de fé também acontece conosco.
Assim como os apóstolos, temos uma memória curta e esquecemos da provisão divina.
Porém temos que aprender a confiar que ele cuida de nós a todo momento.
Desembarcaram e logo levaram o cego até Ele.
De certa forma, o cego de Betsaida representava algo semelhante ao que ocorria com os apóstolos e conosco também.
A cura da cegueira estava ligada à revelação de verdades mais profundas.
Haviam presenciado grandiosos milagres que o Mestre realizara, curas, ressurreições, multiplicação de pães e peixes, porém não conseguiam enxergar a mensagem espiritual de tudo aquilo que Jesus fizera.
Suas visões não estavam ainda perfeitas.
Eles tinham uma visão coisificada da vida.
Como o cego de Betsaida que
via os homens como árvores, coisas
assim os discípulos também
viam somente as coisas da vida
enxergavam somente o contexto material dos ensinamentos de Jesus.
Quando conhecemos a Jesus, recebemos este primeiro toque do Senhor.
É uma experiência maravilhosa, mas parece que mesmo com nosso encanto por ver ‘homens como árvores’ ainda vemos de maneira parcial.
Precisamos reconhecer que nossa visão humana e das pessoas é limitada.
Quantas vezes não nos enganamos a respeito de vários assuntos?
O evangelho está um tanto coisificado nos dias atuais
O primeiro toque é para despertar nossa visão espiritual!
2- O segundo toque e olhar: v.25
Limitações da Visão Incompleta
Visão Espiritual Superficial
ainda não compreende profundamente os ensinamentos de Jesus
Entendimento Limitado das Escrituras
Não consegue aplicar esses ensinamentos na vida diária
Percepção Distorcida das Circunstâncias
Uma pessoa que enfrenta dificuldades e, devido à sua visão incompleta, acredita que está sendo punida por Deus, sem entender que as provações podem ser oportunidades para crescimento espiritual e fortalecimento da fé.
Ela vê as dificuldades como árvores gigantes e assustadoras,
sem perceber que podem ser usadas para o bem.
Falta de Discernimento Espiritual
Alguém que não consegue discernir entre o que é material e o que é espiritual.
Essa pessoa pode se concentrar excessivamente em bênçãos materiais, como prosperidade e saúde, sem perceber que
as verdadeiras bênçãos são espirituais, como a paz, a alegria e o amor de Deus.
A segunda vez que Jesus tocou o cego foi para completar o que começou.
Agora podia ver claramente sem confusão.
Se o cego em sua alegria de começar a ver ‘homens como árvores’ tivesse saído correndo, correria o risco de conversar com árvores e procurar frutos nos pés das pessoas.
Mas ele ficou ali vendo alguém como uma ‘árvore’ especial deixando ser tocado novamente por Jesus.
Este segundo toque representa a continuação da vida espiritual.
Após o novo nascimento, ou aceitar Jesus, precisamos crescer espiritualmente abrindo nossa visão de fé.
Muitas vezes estamos vendo as coisas erradas e não permitimos um segundo toque de Jesus, achando que já enxergamos bem.
Quando não vemos as coisas espiritualmente tudo parece embaçado.
Somente através da fé podemos ver a glória de Deus (João 11.40).
Quando nos convertemos, “andamos por fé e não pelo que vemos” (II Coríntios 5.7).
Por isso a cada dia precisamos dar continuidade a nossa conversão, sendo sensíveis ao que vemos, reconhecendo nossa visão errada e aceitando os toques de Jesus.
Lee Strobel:
História: Ateu e jornalista investigativo,
Lee Strobel começou a investigar o cristianismo após a conversão de sua esposa.
Sua mudança de coração foi gradual, resultado de uma pesquisa rigorosa e imparcial sobre a veracidade do cristianismo.
Transformação: Strobel passou de um cético a um defensor ardente da fé cristã.
Seus livros, como "Em Defesa de Cristo", refletem sua jornada de transformação progressiva e
ajudam outros a ver a fé cristã de maneira clara e fundamentada.
Joyce Meyer:
História: Joyce Meyer sofreu abusos durante sua infância e viveu anos de dor e confusão espiritual.
Sua transformação foi gradual, começando com um encontro profundo com Deus que iniciou um processo de cura e crescimento espiritual.
Transformação: Meyer se tornou uma líder cristã influente, ajudando milhões de pessoas a
encontrar cura e
propósito através de
uma visão clara e fortalecida pela fé.
O segundo toque é para completar a visão da fé!
O segundo toque de Jesus no cego resultou em sua visão completa
Pentecostes foi segundo toque para os discipulos que passaram a ter a visão espiritual aberta
O seu segundo toque através do aprofundamento da fé leva à transformação da visão espiritual
Características dessa visão transformada:
Discernimento entre o material e o espiritual.
Fé sólida e fundamentada na verdade bíblica.
Capacidade de lidar com desafios e provações com maturidade espiritual.
Visão de Deus como Senhor e Rei de toda a vida.
O segundo toque é para completar a visão da fé!
Conclusão
O Cego de Betsaida representa nossa visão espiritual
Talvez, como os fariseus,
digamos que vemos;
mas esta é a nossa cegueira.
Não vemos nada como deveríamos ver, nada como realmente é.
Não vemos nenhuma deformidade no pecado,
nenhuma beleza na santidade;
sem encantos ou atrações no evangelho;
nenhuma fraqueza em nós mesmos
Como os discipulos, quem sabe nós também:
Enxergamos as coisas materiais
Só aquilo que Jesus pode nos dar nesta vida:
cuidado, conforto, paz, alegria
Todos nós somos assim por natureza:
nascemos cegos devido à queda de Adão e à maldição do pecado;
Recebemos a luz - Jesus - primeiro toque
E precisamos ter a mente renoavda continuamente - segundo toque
Como aquele cego, Jesus também nos tomou pela mão, e:
Nos tirou do ambiente de incredulidade
Retirou a culpa
As lembranças dos erros
Das acusações
E nos deu nova vida
Jesus nos conduz a um novo local,
um novo caminho e
uma nova caminhada se inicia ao lado Dele.
Aquele cego precisou de dois toques para receber a cura completa.
E você, quantas vezes precisa que Jesus te toque?
Não caia no erro da religiosidade e do engano de seus próprios olhos.
Deixe Jesus te tocar quantas vezes for preciso e abrir completamente sua visão espiritual.
Jesus quer te tocar e abrir seus olhos!
Deixe Ele te tocar novamente!
CTA / Oração
Te convido a buscar o segundo toque de Jesus.
Eu pergunto se há alguém que deseje receber a visão
Que está como aquele cego e precisa voltar a ver
Primeiro toque: Aceitar a Jesus
Segundo toque: E você, se tem vista, deixe Jesus te tocar novamente
Talvez você só enxergue a vida como árvores assustadoras e precise de um segundo toque de Jesus
Você que tem esperado com fé e paciência a cura
Hoje é o dia do segundo toque de Jesus
Você que anseia pelo batismo com o E.S. para ampliar sua visão espiritual
