8 de agosto de 2011

O Novo Ser em Cristo

1.    Introdução

Deus deseja comunicar-se conosco. Foi assim desde o princípio no Jardim do Éden, entretanto o maligno influenciou o homem e o enganou, perdendo assim a vida espiritual.

Observamos que Genesis 2:16,17 diz “E o SENHOR deu ao homem a seguinte ordem: —Você pode comer as frutas de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore; pois, no dia em que você a comer, certamente morrerá.”. Logo, ao comer do fruto proibido o homem realmente morreu, mas não na vida física e sim na vida espiritual.

Agora, quando nasciam, eram apenas seres físicos, não nasciam também para a vida espiritual. Depois do pecado original o homem passou a necessitar nascer para o Reino de Deus e isto se dá através de aceitarmos a Jesus como nosso Salvador e Senhor.

Como é que um homem velho

pode nascer de novo?

A este processo chamamos de Novo Nascimento, pois como disse Jesus a Nicodemos em João 3:4-6: “Nicodemos perguntou: —Como é que um homem velho pode nascer de novo? Será que ele pode voltar para a barriga da sua mãe e nascer outra vez?
Jesus disse: —Eu afirmo ao senhor que isto é verdade: ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito.
Quem nasce de pais humanos é um ser de natureza humana; quem nasce do Espírito é um ser de natureza espiritual.”.

Naturalmente, se temos pais terrenos, são estes que nos geraram e não a nós mesmos, da mesma maneira assim é para a vida espiritual, nascemos por intermédio do sacrifício de Cristo, diferentemente do que muitos creem, de que podem realizar boas obras e então “despertarem” para uma nova vida, ou mesmo merece-la. Esta atitude não encontra abrigo na Palavra de Deus, que nos diz claramente em Efésios 2 “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados”.

Esta verdade vale para todos os seres humanos de todas as nações, raças, posição social ou condição econômica. A regeneração ou nascer de novo, não é portanto obra de homem, não depende da capacidade de ninguém, mas unicamente da Graça Salvadora de Cristo Jesus.

Este novo nascimento é necessário para que o homem possa voltar a compreender as coisas do espírito que estavam mortas desde o pecado de Adão.

2.    O Novo Nascimento

Nós somos salvos pela Graça e está muito claro na Palavra de Deus em Efésios 2:8,9 “Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus.  A salvação não é o resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém pode se orgulhar de tê-la.”

A salvação é por Jesus e a salvação

é que nos faz praticar boas obras.

Não se pode alcançar a salvação pelas boas obras, entretanto, aquele que é salvo deve praticá-las, conforme diz o versículo 10 do mesmo capítulo de Efésios “Pois foi Deus quem nos fez o que somos agora; em nossa união com Cristo Jesus, ele nos criou para que fizéssemos as boas obras que ele já havia preparado para nós.”.

Logo, a salvação é por Jesus e a salvação é que nos faz praticar boas obras.

Aceitar Jesus nos leva a uma situação de nos arrependermos de nossos atos pecaminosos e mudar de atitude. Portanto, a nova vida pressupõe arrependimento. Como posso converter-me de meus maus caminhos sem me arrepender?

Converter é mudar de direção. Se estamos indo na direção de uma vida regida pela carne e pelas situações deste mundo, precisamos nos converter, ou seja, mudar nossos hábitos. Muitos pensam que aceitando Jesus tudo muda na sua vida. É verdade, Ele nos muda, nascemos espiritualmente, mas precisamos mudar os velhos hábitos da carne e desenvolver hábitos espirituais saudáveis.

Se alguém entende que isto não é necessário, então ainda não se arrependeu dos seus maus caminhos. Esta pessoa, cedo ou tarde irá se desviar, pois de fato nunca se converteu verdadeiramente, mas apenas aceitou uma leve mudança de vida, mantendo em seu interior uma vida carnal que vai transparecer uma hora ou outra. Estas são as pessoas que dão mal testemunho do evangelho.

De igual modo, é comum vermos cristãos que se arrependem verdadeiramente e iniciam uma nova vida em Cristo, e dai entendem que não precisam mais pedir perdão de nada, passam a ser infalíveis e sentem vergonha de se apresentar diante de Deus como pecadores, ou mesmo admitir perante à igreja que erraram. Entram num desvio na sua vida que os levará a uma vida espiritual medíocre, passando muito longe da vida abundante citada por Jesus. Estes são outros que causam espanto aos novos convertidos, pois são “nanicos” espirituais, sendo que já estão a muitos anos na Casa de Deus.

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Em Romanos 12 o apóstolo Paulo nos convida a renovarmos a nossa mente e nosso entendimento “Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês”. Arrepender-se é mudar de mente, alguém entendia que poderia mentir, mas agora sua mente mudou, foi transformada, ele então entende que não pode fazer isto, converteu-se de seus maus caminhos.

A fé na morte vicária de Cristo é parte deste Novo Nascimento. Este que escreve leu a respeito da salvação em Cristo, entretanto a palavra não desceu ao seu coração, até o dia em que Cristo fez algo sobrenatural na sua vida. Nesta oportunidade se arrependeu, desejou unir-se a Deus e então aceitou a morte de Cristo, pela fé. Imediatamente teve uma visão espiritual em que o próprio Cristo se apresentou crucificado, fitando-o nos olhos e espirou, morreu pelo seu pecado naquele exato instante em que foi aceito Seu sacrifício.

A fé é elemento básico naquele que vive espiritualmente e inicia no novo nascimento, sendo dai para frente aperfeiçoada a fé em Cristo Jesus a cada dia.

A regeneração muda completamente

a nossa natureza

Muitas pessoas acreditam que somos todos filhos de Deus, mas isto é um engano. Somos todos criaturas de Deus, criados por Ele, mas filhos são apenas aqueles que o têm como Pai, como diz o apóstolo João 1:12,13 “Porém alguns creram nele e o receberam, e a estes ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Eles não se tornaram filhos de Deus pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascem os filhos de um pai humano; o próprio Deus é quem foi o Pai deles.”.

Portanto, quem é filho de Deus também o tem por Pai, pois foi Ele mesmo que nos gerou. Ora, se somos gerados espiritualmente, então somos gerados de novo, e portanto regenerados. A nossa natureza no primeiro nascimento era carnal, pois fomos gerados de pais carnais, mas o segundo nascimento é de natureza espiritual, pois fomos gerados de Pai espiritual.

Esta regeneração muda completamente a nossa natureza, que passa a não ter mais inclinação para o pecado e para a carne, mas inclina-se para as coisas do espírito.

Esta nova inclinação acontece porque ao nascermos de novo somos justificados de todos os nossos pecados e iniquidades. A razão disto é que Jesus sendo justo, morreu sem pecado, e portanto, pagou o preço que deveríamos ter pago. Pois, todo aquele que peca deveria morrer, e como Jesus morreu sem pecar, pagou o preço por outra pessoa que é pecadora, trocou de lugar com ela. Portanto, todos aqueles que aceitam o sacrifício de Cristo na cruz salvam-se por intermédio dele.

Isto significa que todos os nossos pecados foram perdoados, quer dizer, fomos justificados diante de Deus. Eu costuma comparar esta questão da justificação com o caso daquela criança que cometeu um engano qualquer e que é chamado pelo seu pai para se explicar. Ele tenta justificar o seu ato, ou, dizer porque não deve receber qualquer tipo de punição. É algo assim que ocorre conosco, Cristo vai junto ao Pai Celestial e nos justifica diante dele dizendo: “Pai, este aceitou o meu sacrifício, e eu morri por ele, perdoa-o!”. Romanos 5:18,19 diz “Portanto, assim como um só pecado condenou todos os seres humanos, assim também um só ato de salvação liberta todos e lhes dá vida. E assim como muitos seres humanos se tornaram pecadores por causa da desobediência de um só homem, assim também muitos serão aceitos por Deus por causa da obediência de um só homem”.

Naturalmente que Deus nos perdoa, mesmo porque Ele mesmo pediu ao Filho que assim o fizesse, sempre estiveram em comunhão total. Isto concorda com o que diz em Romanos 5:1 “Agora que fomos aceitos por Deus pela nossa fé nele, temos paz com ele por meio do nosso Senhor Jesus Cristo”.

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Você nasceu de novo e seus pecados e iniquidades foram perdoados através da fé em Jesus.

Santo é tudo que é separado para Deus

Com podemos ter a certeza de que fomos salvos? Não é uma questão de sentimento, suposição ou mesmo esperar, mas ter certeza.

A epístola de I João 5:9-13 diz “Nós aceitamos o testemunho dos seres humanos, mas o testemunho de Deus tem mais valor. E esse é o testemunho que Deus deu a respeito do seu Filho. 10. Aquele que crê no Filho de Deus tem esse testemunho no seu próprio coração. Mas quem não crê em Deus faz de Deus um mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus deu a respeito do seu Filho. 11. E este é o testemunho: Deus nos deu a vida eterna, e essa vida é nossa por meio do seu Filho. 12. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. 13. Eu escrevo essas coisas a vocês que crêem no Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna.”

Então é muito claro, quem aceitou o sacrifício de Jesus para si tem a vida eterna, pode ter certeza disto.

Pois bem, agora que nascemos de novo temos a vida eterna, uma natureza espiritual inclinada para as coisas do espírito e precisamos nos desenvolver, é o que chamamos de santificação.

A verdade é que nascemos como crianças espirituais, parecidos com nosso Pai Celestial, e precisamos aprender com Ele a cada dia para crescermos e ficarmos iguais a Ele e ao nosso irmão mais velho e primogênito, Jesus Cristo. É isto o que diz Efésios 4:13 “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” e Mateus 5:48 “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus”.

Neste caso, se somos chamados a ser santos devemos primeiramente entender este conceito. Santo é tudo que é separado para Deus, que também é Santo, mas Ele porque é reto, justo, perfeito e nós porque somos separados para Ele.

Se consagrarmos algo ou alguém a Deus, deve ser chamado de santo. Isto é diferente do que o mundo diz, porque para o mundo santo é alguém perfeito e sem erro. Para nós, santo é todo aquele que aceita Jesus e quer levar uma vida correta diante, separando-se do pecado, apesar de viver num mundo pecador.

Por outro lado, o contrário de santo é anátema, ou seja, tudo que foi separado para a destruição. Deuteronômio 7:6 “Porque povo santo és ao SENHOR teu Deus; o SENHOR teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial, de todos os povos que há sobre a terra”, enquanto Josué 7:11-13 diz “Israel pecou, e transgrediram a minha aliança que lhes tinha ordenado, e tomaram do anátema, e furtaram, e mentiram, e debaixo da sua bagagem o puseram. 12. Por isso os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus inimigos; viraram as costas diante dos seus inimigos; porquanto estão amaldiçoados; não serei mais convosco, se não desarraigardes o anátema do meio de vós. 13. Levanta-te, santifica o povo, e dize: Santificai-vos para amanhã, porque assim diz o SENHOR Deus de Israel: Anátema há no meio de ti, Israel; diante dos teus inimigos não poderás suster-te, até que tireis o anátema do meio de vós”.

 

Portanto, a santificação inicia no momento do novo nascimento e dura toda a vida do crente aqui na terra. Se desejamos nos santificar, o Espírito Santo nos auxilia e guia neste processo, mas se não buscarmos a presença de Deus, podemos ficar estacionados nos degraus da santificação. Os anos passam e não crescemos espiritualmente, nos tornamos meninos inconstantes, ao sabor de qualquer vento, dificuldade ou doutrina.

Necessitamos nos deixar santificar pelo Senhor para sermos os homens e mulheres que Deus sonhou e vivermos na plenitude do Espírito.

O apóstolo  Paulo na carta aos Filipenses no capítulo 3 trata deste tema “7. No passado, todas essas coisas valiam muito para mim; mas agora, por causa de Cristo, considero que não têm nenhum valor.

8. E não somente essas coisas, mas considero tudo uma completa perda, comparado com aquilo que tem muito mais valor, isto é, conhecer completamente Cristo Jesus, o meu Senhor. Eu joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo 9. e estar unido com ele. Eu já não procuro mais ser aceito por Deus por causa da minha obediência à lei. Pois agora é por meio da minha fé em Cristo que eu sou aceito; essa aceitação vem de Deus e se baseia na fé. 10. Tudo o que eu quero é conhecer a Cristo e sentir em mim o poder da sua ressurreição. Quero também tomar parte nos seus sofrimentos e me tornar como ele na sua morte, 11. com a esperança de que eu mesmo seja ressuscitado da morte para a vida.

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12. Não estou querendo dizer que já consegui tudo o que quero ou que já fiquei perfeito, mas continuo a correr para conquistar o prêmio, pois para isso já fui conquistado por Cristo Jesus. 13. É claro, irmãos, que eu não penso que já consegui isso. Porém uma coisa eu faço: esqueço aquilo que fica para trás e avanço para o que está na minha frente. 14. Corro direto para a linha de chegada a fim de conseguir o prêmio da vitória. Esse prêmio é a nova vida para a qual Deus me chamou por meio de Cristo Jesus. 15. Todos nós que somos espiritualmente maduros devemos ter essa maneira de pensar. Porém, se alguns de vocês pensam de maneira diferente, Deus vai tornar as coisas claras para vocês”.

 

Certamente a velha natureza procura lutar contra nós, e o mesmo apóstolo Paulo fala disto na carta aos romanos no capítulo 7 todo. Mas como na salvação, também na santificação Satanás luta contra o crente, mas Deus vem em nosso socorro, como diz em Efésios 6:11-13 “Vistam-se com toda a armadura que Deus dá a vocês, para ficarem firmes contra as armadilhas do Diabo. Pois nós não estamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças espirituais do mal que vivem nas alturas, isto é, os governos, as autoridades e os poderes que dominam completamente este mundo de escuridão. Por isso peguem agora a armadura que Deus lhes dá. Assim, quando chegar o dia de enfrentarem as forças do mal, vocês poderão resistir aos ataques do inimigo e, depois de lutarem até o fim, vocês continuarão firmes, sem recuar”.

Em seguida no capítulo 8 de Romanos vem o cântico da vitória, aquele que é de Cristo tem o Espírito Santo. Este mesmo Espírito auxilia o novo convertido na santificação. Em Gálatas 5 lemos a respeito do fruto do espírito. Observemos que é fruto e não frutos, ou seja, como numa fruta que possui gomos, cada gomo vai amadurecendo, mesmo que alguns ainda estejam verdes ou ainda azedos, ficarão maduros certamente, pois são parte do mesmo fruto.

Devemos deixar o Espírito Santo ir dominando cada compartimento da nossa nova vida em Cristo para chegarmos à estatura de varão perfeito, ou como diz a tradução na linguagem de hoje, homem perfeito.

3.    Benefícios do Novo Nascimento

Quando voltamos para Deus há grande festa nos céus. Somos recebidos com júbilo e alegria. Há algo na parábola do filho pródigo que eu admiro, é quando o filho volta para o pai. Observemos que o pai estava na parte mais alta da casa olhando para o lado em que o filho tinha ido e como ele não saberia quando o filho ia voltar, estava claro que ele subia todos os dias naquele lugar, ansiando pela volta dele.

Assim é conosco também. Nosso Pai celestial está aguardando pelo retorno do filho a qualquer instante, e ao voltar o filho fará grande festa e lhe dará todas as honras. O receberá como filho novamente, não será escravo, pois o Pai ama a todos igualmente.

Teremos a nossa vida completamente restaurada, seremos adotados como filhos e receberemos o Espírito Santo em nós. Teremos a autoridade delegada por Deus a nós para realizar a Sua obra e para isto seremos completamente justificados e santificados.

Se não bastasse isto tudo, Deus ainda ouve as nossas orações e passamos a ter este poder, além do entendimento das escrituras, conforme I Coríntios 2:12 “Não foi o espírito deste mundo que nós recebemos, mas o Espírito mandado por Deus, para que possamos entender tudo o que Deus nos tem dado”.

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