Hoje quase tudo que foi escrito sobre ficção está se tornando real. Muitos inventos se transformaram em produtos com a capacidade de mudar o varejo, tornando-o mais eficiente.
Atualmente, o varejo concilia ferramentas que trazem ao Ponto-de-Venda informações que antes não eram utilizadas. Estes dispositivos propõem novas soluções às questões como: estoque atualizado, aumento nas vendas, otimização da operação, etc.
Creio que muitos viram a ação Espelho Mágico – como uma marca resolveu o problema do alto volume de tênis em exposição, mantendo apenas os tênis pretos na vitrine. Assim, o cliente experimentava apenas o item exposto e, em um espelho, eram projetadas cores e modelos variados. Após a escolha, bastava efetuar o pagamento e retirar o modelo escolhido. Com roupas é a mesma coisa. Um sistema captura a imagem do cliente, calcula suas proporções e, em uma tela, é possível ‘experimentar’ a roupa desejada.
Supermercados podem utilizar câmeras que monitorem o tráfego e determinar o caminho mais usado pelos consumidores, priorizando a disposição dos produtos e direcionando as ações.
Essas tecnologias proporcionam ao cliente uma experiência diferente, que torna-se referência, fazendo com que mais consumidores queiram conhecê-la. Os ganhos virão, e quem demorar para investir, ficará para trás.
Para os consumidores que não forem alcançados por esta propaganda, o varejista terá que usar outros meios, o chamado cross channel. A web é um exemplo. E não estou falando do comércio eletrônico, mas o uso de, por exemplo, apps que permitam conhecer a loja sem estar nela fisicamente.
Hoje ainda são poucas as iniciativas desse tipo. Conheço poucas redes que praticam esse conceito, pois normalmente julgam esse cenário como uma competição: lojas físicas versus lojas virtuais.
Essa é uma visão equivocada. Se entendermos que cada canal nos traz vantagens, entregaremos mais ao nosso cliente. Se houver sucesso na implementação de múltiplos canais, o cliente será alcançado pela marca/loja tanto se estiver nela fisicamente como se for através da web.
O fato é que isso exige investimentos no curto prazo e a maioria prefere agir reativamente, aguardando que “dê certo” para entrar, ou continuar esperando ganhar o máximo no formato atual de loja.
Mas a tecnologia está expandindo rapidamente e as lojas estão mudando. É importante investir para manter o negócio alinhado com o mercado, sob o risco de engrossar a lista das empresas que perderam espaço e clientes.
Luis Luize é especialista em tecnologia para o varejo da Bematech
Publicado na Revista Gôndola de Agosto/2013 página 65 e também citado no site da Bematech.