Como fazer um Batik

            Batik não é uma pintura sobre um pedaço de tecido; é tingir o próprio tecido com uma determinada figura ou padronagem. O método consiste em preparar algumas partes do tecido para que não recebam a tinta.

            O tom de fundo do tecido (normalmente seda ou linho) é branco ou pastel. Algumas áreas são cobertas com cera líquida quente, usando-se o tjanting, ou um pincél; a cera penetra no tecido e veda as partes por ela cobertas, impedindo a ação da tinta. O tecido é, então, mergulhado na tintura - sendo que a primeira cor é sempre a mais clara das que serão utilizadas. A seguir, as partes do tecido que deverão manter a primeira tonalidade, recebem uma camada de cera e o tecido é novamente mergulhado na tinta, desta vez em tom mais forte do que a primeira. O processo continua, progressivamente, até a aplicação da cor mais escura, o preto. Como as cores são sobrepostas, é conveniente seguir uma determinada escala de cores. Por exemplo, se a primeira tinta for vermelha e a segunda azul, lembre-se que o resultado final não será azul, porém violeta.

            Depois a última tintura, o tecido é posto a secar e colocado entre duas camadas de papel absorvente (como jornal velho) e a cera é retirada com o auxílio do ferro de passar. Após toda a cera ser retirada, o batik revelará o padrão ou o desenho que foi permanentemente gravado no tecido. Este é um momentode excitação e expectativa, pois nunca se pode ter certeza de haver alcançado uma separação perfeita de cores - e um bom resultado depende deste fator.

            A característica deste processo é dada pelas rachaduras que aparecem no desenho. A cera depois de fria é dura e quebradiça; acontece, portanto, que, durante o tingimento do tecido, ela vai rachando, permitindo que a tinta penetre por entre as fendas. O resultado é aquele aspecto de teia-de-aranha que confere ao batik um toque de classe e originalidade.

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MATERIAIS ESSENCIAIS À EXECUÇÃO DO BATIK

1.    A cera de abelha  -  pura é muito maleável e não permite rachaduras suficientes no tecido. Sendo o método mais saudável. Podendo misturar a cera com parafina, que pode ser mais forte ou mais fraca, ou até em partes iguais tendo em resultado uma substância mais escurecida, o que permite mais rachaduras. Desejando-se, porém, rachaduras mais abundantes, deve-se tomar duas partes de parafina para uma de cera. Qualquer que seja o processo escolhido, a  cera tem de estar na temperatura certa. Sua aplicação deve ser feita de forma homogênia e com rapidez, para que a superfície do trabalho ganhe uniformidade.

2.    O tjanting - aparelho importado, originário de Java, serve para cobrir de cera linhas muito fina do desenho no tecido,  através de um pequeno cano, que pode variar de diâmetro, formando linhas  de grossura variável.

3.    Pincéis de diversos tamanhos e feitios - indispensáveis também para detalhar com propriedade as linhas do desenho a ser executado. Observa-se que pincéis de pêlo muito fino queimam com facilidade.

4.    Um fogareiro elétrico - o mais aconselhável para derreter a cera, o que pode ser feito também em fogão a gás - mais perigoso, usando panelas altas diminui o risco. Para evitar qualquer risco, recomenda-se derreter a cera em banho-maria.

5.    Um depósito para derreter a cera, este deve ser de cobre ou esmaltado.

6.    Uma pá de madeira para misturar a cera e a tinta.

7.    Jornais ou papéis absorventes.

8.    Ferro de engomar, de preferência a vapor.

9.    Luvas de borracha e avental.

10.Uma peneira fina para coar a tinta.

11.Depósito de vidro ou de plastico para guardar a tinta.

12.Um bastidor, moldura de madeira  para esticar o tecido, evitando-se que cole na mesa com aplicação da cera. Essa moldura pode ser feita em casa, bastando comprar-se as ripas de madeira já aparelhadas. Pode-se graduá-las, de forma que sirva para trabalhos de diversos tamanhos. Nesse caso deve-se acrecentar encaixes de dez em dez centímetros em todas as ripas ( não é necessário fixar as partes com pregos, sendo preferível encaixá-las).